Introdução
Serve a presente documentação para proporcionar uma visão geral do Projecto Adamastor, desde os procedimentos e critérios adoptados a aspectos técnicos da produção de eBooks, sendo, portanto, essencialmente dirigida aos colaboradores. Não obstante, a informação aqui disponibilizada poderá também ser útil para os nossos leitores, em especial a secção dedicada a questões frequentes, ou até para outras iniciativas ligadas ao ramo editorial e à promoção da literatura.
Dada a evolução constante da tecnologia, esta documentação será actualizada regularmente, considerando as mais recentes especificações relacionadas com a publicação de conteúdos digitais e o próprio desenvolvimento das metodologias do projecto.
Dito isto, e antes de entrarmos em detalhes práticos, falemos um pouco sobre a história do Projecto Adamastor:
Origem e Linhas Orientadoras
Inaugurado em Março de 2013, o Projecto Adamastor tem vindo, graças ao empenho dos seus colaboradores, a afirmar-se como uma importante plataforma de divulgação cultural, tirando partido das vantagens dos suportes digitais para fazer chegar a literatura lusófona a qualquer pessoa com acesso à internet.
Originalmente pensado como uma biblioteca digital de ficção especulativa, o projecto avançou com um âmbito bastante mais alargado, sem qualquer restrição em termos de género literário, tendo publicado dezenas de títulos ao longo de mais de uma década de actividade, incluindo poesia, romance, teatro, contos e ensaios, não só de grandes nomes da língua portuguesa, mas também de escritores que são praticamente desconhecidos nos dias que correm.
A referência ao gigante mitológico Adamastor deve-se, por um lado, a essa ligação inicial do projecto à ficção especulativa, e, por outro, à associação dessa figura a uma das maiores obras literárias portuguesas: Os Lusíadas.
Tendo como principais objectivos tornar a literatura mais acessível e comprovar que o livro electrónico e o livro físico estão longe de ser mutuamente exclusivos, o Projecto Adamastor segue:
Gratuitidade — Todas as edições do Projecto Adamastor podem ser descarregadas gratuitamente no nosso website e, na maioria dos casos, na loja online da Kobo.
Acesso Livre — Os eBooks são disponibilizados sem quaisquer restrições à difusão ou cópia do seu conteúdo (bloqueios digitais vulgarmente designados por Digital Rights Management, ou DRM), sob uma licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Qualidade — Cada obra é actualizada a nível ortográfico e cuidadosamente revista, procurando-se respeitar ao máximo o texto-base.
Design — Reconhecendo a importância da componente gráfica de um livro, mesmo num contexto digital, estabelecemos uma linha de design simples e atractiva, de modo a que os leitores possam reconhecer facilmente as nossas edições.
Promoção da leitura
Considerando as linhas orientadoras acima mencionadas, no Projecto Adamastor trabalhamos todos os dias para a promoção da leitura, divulgando a literatura lusófona. Essa divulgação é efectuada, primeiramente, através da nossa actividade principal, isto é, a publicação de livros electrónicos; note-se, no entanto, que procuramos publicar não só os autores que integram o cânone, mas também resgatar obras que, apesar do seu mérito literário, não se encontram actualmente em circulação comercial.
Em segundo lugar, especialmente nos últimos três anos, temos vindo a tentar construir uma ponte entre os leitores portugueses e os leitores brasileiros, dando a conhecer, aos primeiros, nomes como Machado de Assis, Bernardo Guimarães ou Aluísio Azevedo, e, aos segundos, escritores incontornáveis como Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco ou Mário de Sá-Carneiro. Esta intenção de aproximar a base leitora dos dois países, como não poderia deixar de ser, influencia a construção do nosso catálogo, influência evidente, por exemplo, nos textos seleccionados para a primeira antologia editada no âmbito do Projecto Adamastor: Dentro da Noute, reunindo 27 contos e novelas de autores portugueses e brasileiros, num total de mais de 500 páginas.
Por último, procuramos oferecer uma variedade considerável de títulos em termos de género literários. Acreditando que essa variedade é fulcral para melhor promover o desenvolvimento de hábitos de leitura, e que não se justifica o preconceito para com a ficção dita de género, criámos a colecção Génesis, onde, para além de alguns dos primeiros textos de ficção científica portuguesa e de um curioso romance de Émile Souvestre — Le Monde Tel Qu’il Sera —, adaptado por Sebastião José Ribeiro de Sá, editámos pela primeira vez uma obra que não se encontra ao abrigo do domínio público: trata-se da colectânea O Futuro à Janela, com que Luís Filipe Silva venceu o Prémio Editorial Caminho de Ficção Científica em 1991.